segunda-feira, 4 de maio de 2009

Nelida Piñon-Paiol Literário-Clevane Pessoa




Um tempo desses, havia uma ebulição sobre o gerúndio.As pessoas confundiam com o gerundismo usado em comércio, em telemarketing, em cobranças.O verbo estar sugeria continuidade de ação.Uma certa pressão subliminar:ao "Estou enviando";"Estamos oferecendo",uma ligeira ameaça:responda a isso, pois estaremos então, lhe fazendo, causando ,abandonando, punindo...Mandamos , de Estalo, a Revista, um release e o redator colocara um gerúndio inocente.O pomposo site o devolveu, dizendo que não poderia noticiar o evento, porque se usara esse tempo verbal.Fiquei perplexa, depois furiosa.

De meu amigo , que à época da Ditadura, ia e vinha, e eu dizia que estava sempre no gerúndio-ele ria e partia, depois chegava.Quais as ondas do mar, as olas nos estádios, as perninhas dos bebês, a ulas das dançarinas dos mares do sul...
Está chovendo...lembra estado alma, expectativa, janelas únidas, 'chorando'...Sugere cinzas, hiatos, esperas...Claro, também os problemas das intermpéries...

Poetas gostam do gerúndio, expectantes e inspirados a escrever no recolhimento...

Ligo a Televisão e quem vejo?O que ouço? A indicutíivel Nélida Piñon, aquele sorrisão na face generosa, numa entrevista , defender o gerúndio, um estado propício à poesia...Ah, ela é das minhas, penso e sempre foi, desde os Anos 60.


Nélida Piñon é uma referência literária tanto no Brasil quanto no Exterior.

Sua ascendência é galega:os pais, Lino Piñon Muiños e Olivia Carmen Cuiñas Piñon são originários da Galícia,mas a família bem radicada no Brasil.Levaram-na a estudar por 13 anos na Espanha- e é conhecida pela fluência verbal do "seu"espanhol.Mas a escritora é carioca,e nasceu em Vila Isabel.

Faz jornalismo na PUC-Pontifícia Universidade Católica, no Rio de Janeiro.

E para quem quer saber a origem do prenome diferente,o dela é uma anagrama de seu avô DANIEL

Nasce a 03/05/1937 e então, ontem aniversariou:72 anos de grande produção.

Na qualidade de jornalista, além de escrever em vários periódicos brasileiros, foi correspondente ,no Brasil, de Mundo Nuevo, revista de Paris.
Também tornou-se editora assistente de Cadernos Brasileiros.

Em 27 de julho de 1989 ,portanto, perto de duas décadas,A Academia Brasileira de Letras a recebe,para ocupar a cadeira cujo patrono é patrono Pardal Mallet, a quarta escritora a ingressar na ABL .Tomou posse a 3 de maio de 1990, recebida por Lêdo Ivo.Em 1995 ocupa o cargo de Secretária Geral torna-se a primeira a presidir a casa.Em 1996 torna-se a primeira Presidenta da Academia.


Colaborou em vários jornais e revistas literários e foi correspondente no Brasil da revista Mundo Nuevo, de Paris, e editora assistente de Cadernos Brasileiros. Em 1970, Nélida inaugurou a cadeira de Criação Literária na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro com a experiência de quase uma década como ficcionista.

Nélida estréia com um livro em 1961:o Guia-Mapa de Gabriel Arcanjo. Esse livro fascinava-me. Eu o li querendo já ser moça, antes dos quinze anos.Estudante de Colégio de freiras, via ali, uma temática de pecado, mas também do ensinado perdão cristão.Intrigada com as coisas do Alto e as relações entre sagrado e profano, interessada em anjos, aquel exemplar presenteado não lembro por quem , era um prato cheio de simbologias a decifrar.

Nos anos 60, Nélida publica Tempo das Frutas , de contos .E também Madeira feita Cruz e "Fundador",ambos romances.

Por FUNDADOR,que li e reli muitas vezes, recebe o Prêmio Walmap de 1969.

Casa da Paixão, um de seus mais lidos e conhecidos ronmances.Gtaças a ele, é agradiada com o Prêmio Prêmio Mário de Andrade.

Nélida Piñon , agora Presidenta da Academia Brasileira de Letras vive frutiferamente sua vida acadêmica.

A escritora tem livros traduzidos em países Latino Americanos,na Argentina e na Colômbia ,em Cuba, e também na Europa :França ,Espanha,Itália e ainda nos Estados Unidos,na Polônia, na Suécia ,Rússia, Inglaterra, Alemanha,e, claro em Portugal.

Recebe sempre convites para entrevistas, palestras, é chamada a universidades estrangeiras.

Professora na Universidade de Miami( titular da cátedra Dr. Henry Stranford in Humanities), é dinâmica e produtiva

Também ministrou cursos, e na Columbia University (EUA, em 1978)em The John Hopkins University (EUA, em 1988) e, em 1993,na Universidad Complutense de Madrid (1993).E Nélida Piñon é, também, académica correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Em 1985,seu romance romance A república dos sonhos rende-lhe dois prêmios,o da APCA e o Prêmio Ficção Pen Clube.

A UBE/SP concede-lhe o Prêmio José Geraldo Vieira,para seu romance A doce Canção de Caetana;

Bastante premiada,recebe em 1990, "o Golfinho de Ouro"


Em 1995,merece o Prêmio Internacional Juan Rulfo de Literatura Latino-Americana e do Caribe,mais uma vez, pioneira de gênero,pois foi a primeira vez em que foi dado a uma escritora e para a língua Portuguesa).


Em 1991, no excelente concurso da Bienal Nestlé,é premiada para romance.

mereceu muitas Medalhas,certificados e diplomas nacionais e internacionais, entre os quais:

O Lazo de Dama de Isabel la Católica, outorgado pelo rei Juan Carlos da Espanha, em 1992;

A Medalha Castelão, da Galícia; e a Ordem do Cruzeiro do Sul, no Brasil.

Em 2005 em 2 de abril ,o "Concelho de Cotobade" declara-a «Filha Adotiva»e a imprensa anuncia "a escritora galego-brasileira Nélida Piñon".Também recebe, nesse ano,recebe o Prêmio Príncipe Astúrias de Letras(The Prince Of Asturias Foundation)das Letras daquele mesmo ano, conferido na cidade espanhola de Oviedo- e já no discurso, mostra sua condição espeicalíssima-que certamente contribui para o estilo e o enredo, os protagonistas de seus livros:

(...)"Como todos, sou múltipla na minha humanidade. Nunca me resignei a ser uma só criatura. Arrasto comigo uma genealogia que já nem mais sei de que criaturas, de que etnias se constitui."


Bibliografia:

Guia mapa de Gabriel Arcanjo, romance - 1961

Madeira feita cruz, romance - 1963

Tempo das frutas, contos -

1966 Fundador, romance - 1969

A Casa da Paixão, romance - 1972

Sala de Armas, contos - 1973

Tebas do meu Coração, romance - 1974

A Força do Destino, romance - 1977

O Calor das Coisas, contos - 1980

A República dos Sonhos, romance - 1984

Doce canção de Caetana, romance - 1987

O pão de cada dia, fragmentos - 1994

A roda do vento, romance infanto-juvenil - 1996

Até amanhã, outra vez, crônicas 1999

Ensaios:
O presumível coração da América (2002)

Aprendiz de Homero (2008)
O ritual da arte

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E amanhã, Nélida estará em Curitiba.Recebo a chamada pelo Jornal Rascunho , sobre o evento do PAIOL LITERÁRIO e apresso-me a publicá-lo, não sem antes falar um pouquinho a respeito dessa escritora extraordinária:


"PAIOL LITERÁRIO

RECEBE NÉLIDA PIÑON



Nesta terça-feira (5 de maio), às 20 horas, o projeto Paiol Literário recebe a escritora carioca Nélida Piñon. Com mediação do escritor e jornalista José Castello, o Paiol Literário é realizado desde 2006 em uma parceria entre o jornal Rascunho e o Sesi Paraná.

Nélida Piñon nasceu no Rio de Janeiro, em 1937. Formada em jornalismo, ocupa a cadeira número 30 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Em mais de cem anos de existência da Academia, foi a primeira mulher a integrar a diretoria e a presidir a ABL. Em 2005, foi a primeira escritora de língua portuguesa a receber o Prêmio Príncipe de Astúrias (Espanha). É autora de cerca de 20 livros, entre os quais Vozes do Deserto, A Casa da Paixão e A República dos Sonhos. Recentemente, lançou pela editora Record Coração Andarilho, uma obra com memórias de sua infância.



Todos os encontros são reproduzidos na edição do mês seguinte do Rascunho e no site www.rascunho.com.br, mantido em parceria com a Rede Paranaense de Comunicação (RPC). Dessa forma, os leitores que moram em outras cidades ou não puderam comparecer também acompanham os temas levantados nas conversas.



O Paiol Literário começa às 20 horas e a entrada é gratuita. Mais informações pelo telefone (41) 3213-1340.



Apoios e parcerias

O Paiol Literário é uma realização do jornal Rascunho, em parceria com o Sesi Paraná. O projeto conta com o apoio da Gazeta do Povo, Tchukon Terapias, Quintana Café & Restaurante, Livrarias Curitiba, Nume Comunicação, Editora Arte & Letra, Hotel Deville Rayon, CCZ e Fundação Cultural de Curitiba.



SERVIÇO:

Paiol Literário, com Nélida Piñon e mediação de José Castello

Teatro Paiol (Praça Guido Viaro, s/n.º, Prado Velho), (41) 3213-1340.

Dia 5 de maio, terça-feira, às 20 horas. Entrada gratuita."

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