quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Prémio Carlos de Oliveira- Prazo até 15 de Abril - aberto a autores lusófonos


Recebo do amigo Joaquim Evónio e apresso-me a divulgar:

"
Seja bem-vindo ao meu site - Varanda das Estrelícias
www.joaquimevonio. com


De: Douglas Lara
Data: 25-02-2009 14:59:39
Para: Acontece em Sorocaba
Assunto: Literatura: Prazo do Prémio Carlos de Oliveira decorre até 15 de
Abril, aberto a autores lusófonos.

Amigos, aqui tem uma oportunidade para se candidatarem a um prémio literário

Um abraço,
Francisco Fontes

Literatura: Prazo do Prémio Carlos de Oliveira decorre até 15 de Abril,
aberto a autores lusófonos. Coimbra, 23 Fev (Lusa) - A segunda edição do
Prémio Literário Carlos de Oliveira, aberto a autores dos países lusófonos,
decorre até 15 de Abril, quando termina o prazo de entrega de obras
concorrentes, anunciou hoje a Câmara de Cantanhede.

Instituído pelo Município de Cantanhede e pela Fundação Carlos de Oliveira,
o prémio visa estimular "a criação literária numa homenagem a uma das
grandes referências" da literatura portuguesa da segunda metade do Século XX


Consiste numa verba pecuniária de 5.000 euros, suportada pela Câmara de
Cantanhede (Coimbra), que assegura também a edição da obra vencedora e os
custos inerentes ao processo, segundo uma nota divulgada hoje pelo gabinete
de comunicação da autarquia.

De acordo com o regulamento, podem concorrer autores de todos os países de
língua oficial portuguesa, que podem candidatar-se apenas com uma obra,
inédita e não publicada, em narrativa (conto ou romance).

Na primeira edição do concurso, a obra vencedora foi "Quase Tudo Nada", do
escritor e jornalista Arsénio Mota, tendo sido distinguidos com menções
honrosas "Parede de Adobo", de João Carlos Costa da Cruz, e "Visões do Azul"
de Emília Ferreira.

O júri será constituído por cinco elementos - o presidente da Câmara de
Cantanhede, ou alguém por si indicado, representantes da Fundação Carlos de
Oliveira, da Universidade de Coimbra e da Associação Portuguesa de
Escritores e uma personalidade do meio literário português, especialmente
convidada para o efeito.

O vencedor será conhecido durante a primeira quinzena de Julho e a entrega
do prémio decorrerá no dia 25 desse mês, em cerimónia pública.

Segundo a mesma nota, a segunda edição do galardão é coordenada pela
Fundação Carlos de Oliveira, constituída em Setembro de 2008 pelo Município
de Cantanhede e por Ângela de Oliveira, viúva do escritor.

Promover o desenvolvimento e a dinamização do estudo da obra de Carlos de
Oliveira e do seu lugar na literatura portuguesa é o principal objectivo da
instituição, que ficará sedeada em Febres, na casa onde o escritor viveu
durante vários anos.

O edifício foi adquirido pela autarquia para esse efeito e será alvo de um
processo de reabilitação e ampliação de acordo com o projecto já elaborado
pelo arquitecto Francesco Marconi.

Com a intervenção de fundo a realizar no imóvel, será criado um equipamento
vocacionado para o desenvolvimento de actividades culturais, pedagógicas e
de investigação literária, tendo como referência a vida e obra do escritor,
mas que contemplará outras vertentes, entre as quais o estímulo à criação
literária.

Além do edifício, o património da fundação integra o espólio do escritor,
constituído por livros e manuscritos, os direitos de autor e outros bens
cedidos pela viúva.

Para assegurar a prossecução dos seus objectivos, será criado "um Centro de
Estudos sobre Carlos de Oliveira, a sua geração e a literatura portuguesa,
numa perspectiva comparativa, interdisciplinar e inter-artística, no sentido
de fomentar o estudo do valioso legado literário do escritor junto do grande
público e, em particular, dos estudantes de diferentes graus de ensino".

O autor de "Uma Abelha na Chuva" e de "Finisterra" nasceu em Belém do Pará,
no Brasil, em 1921, e morreu em 1981 em Lisboa. Estudou em Coimbra e viveu
durante diversos anos em Febres (Cantanhede) , onde o seu pai exercia
medicina."

MCS

Lusa/fim
===

Enviado por Joaquim Evónio, da Varanda das Estrelícias, portal português, publicado no Acontece em Sorocaba, anteriomente também (por Douglas Lara):

http://www.sorocaba .com.br/acontece
Seja bem-vindo ao Acontece em Sorocaba
douglara@uol. com.br - fone (15) 3227-2305

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domingo, 22 de fevereiro de 2009

Vencedores da 81a. edição do Oscar

vencedores da 81ª edição do Oscar

Melhor Filme
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Diretor
Danny Boyle, de Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Ator
Sean Penn, de Milk - A Voz da Igualdade

Melhor Atriz
Kate Winslet, de O Leitor

Melhor Ator Coadjuvante
Heath Ledger, de Batman - O Cavaleiro das Trevas

Melhor Roteiro Original
Dustin Lance Black, de Milk - A Voz da Igualdade

Melhor Roteiro Adaptado
Simon Beaufoy, de Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Filme Estrangeiro
Departures, de Kundo Koyama

Melhor Animação
Wall-E, de Andrew Stanton

Melhor Fotografia
Anthony Dod Mantle, de Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Direção de Arte
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Figurino
A Duquesa

Melhor Som
Batman - O Cavaleiro das Trevas

Melhor Efeitos Sonoros
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Montagem
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Efeitos Visuais
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Maquiagem
O Curioso Caso de Benjamin Button

Melhor Trilha Sonora
Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Canção
Jai Ho, de Quem Quer Ser um Milionário?

Melhor Curtametragem (animação)
La Maison em Petits, de Kunio Kato

Melhor Curtametragem
Toyland, de Jochen Alexander

Melhor Curtametragem (documentário)
Smile Pinki

Melhor Documentário em Longametragem
O Equilibrista, de James Marsh

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Jesuane Salvador, de Poços de Caldas-MG-Brasil- tem texto escolhido pela Continuum




Mais uma vez, os artistas e autores mineiros se destacam.Desta feita, Jesuane Salvador, ao contar uma história e responder à questão proposta "Sua história daria um filme?"(no caso ,o texto vencedor, chama-se AMOR SUBSTANTIVO FEMININO), no tema "Uma história à procura de imagens".

O desdobramento agora, convida :"Que filme você faria com essa história?"

Gostaria de ter tido conhecimento desse concurso.Na verdade, meus textos andam à pricura de uma filmagem...rss...

Bem , vou ver se o texto está disponível e publicarei nos blogs, pois pede-se que com filmadora, celular, software de animação e/ou "qualquer outro dispositivo que gere imagens em movimento, interprete o episódio"...

Mãos à massa...

E se alguém tiver contatos com a autora, peça que se comunique conosco(pessoaclevane@gmail.com).
Divulgação:
Clevane Pessoa de Araújo lopes
Diretora Regional do InBrasCi em Belo Horizonte, MG


Ah, informo outrossim, que recebo a informação,através do Coro Coletivo e divulgo:

"Mensagem encaminhada de convite@itaucultural.org.br -----
Data: Fri, 20 Feb 2009 15:01:07 -0300 (BRT)

Endereço para Resposta : convite@itaucultural.org.br

Assunto: Uma história à procura de imagens -

História de Cinema Para: cemempresidente@oi.com.br

TODAS AS áREAS

Sua história daria um filme? Com essa pergunta, a revista _Continuum[3] convidou seus leitores a narrar situações reais que renderiam boas cenas de cinema.

A redação recebeu 224 relatos e o escolhido foi Amor, Substantivo Feminino[4], de Jesuane Salvador, de Poços de Caldas, Minas Gerais.

Que filme você faria com esta história? Tendo em mãos uma filmadora, um celular, um software de animação ou qualquer outro dispositivo que gere imagens em movimento, interprete o episódio.

Os melhores vídeos, selecionados pelo conselho editorial da _Continuum_, serão exibidos no site do instituto e seus autores ganharão o livro Ensaios e Reflexões − que reúne textos sobre a presença da linguagem cinematográfica nas artes visuais − e os catálogos da exposição _Cinema Sim_ e da mostra _O Visível e o Invisível_, que exibiu filmes e vídeos que representam a produção cinematográfica realizada por artistas contemporâneos.

O autor do melhor vídeo ganhará, ainda, uma bolsa da oficina de adaptação na Academia Internacional de Cinema[5], de São Paulo, que apoia essa ação.

Os vídeos podem ser enviados até o dia 31 de março ao e-mail

Participecontinuum@itaucultural.org.br

ou ao endereço Avenida Paulista, 149, 5º andar, CEP: 01311-000, São Paulo e devem ter, no máximo, cinco minutos de duração.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sandra Cavalcanti-POBRES ALUNOS- BRANCOS E POBRES


Quando a rememória traz consigo a experiência de vida, pode-se realmente confiar em opiniões emitidas, abalizadas pela ponderação ,argamassadas na maturudade e na idéia amadurecida e consistente.
Recomendo esse texto!

Clevane Pessoa de Araújo Lopes


POBRES ALUNOS, BRANCOS E POBRES...
Sandra Cavalcanti

FOLHA SP, Segunda-feira, 29 dezembro de 2008

Entre as lembranças de minha vida, destaco a alegria de lecionar
Português e Literatura no Instituto de Educação, no Rio. Começávamos
nossa lida, pontualmente, às 7h15. Sala cheia, as alunas de blusa
branca engomada, saia azul, cabelos arrumados. Eram jovens de todas
as camadas. Filhas de profissionais liberais, de militares, de
professores, de empresários, de modestíssimos comerciários e
bancários.

Elas compunham um quadro muito equilibrado. Negras, mulatas, bem
escuras ou claras, judias, filhas de libaneses e turcos, algumas com
ascendência japonesa e várias nortistas com a inconfundível mistura
de sangue indígena. As brancas também eram diferentes. Umas tinham
ares lusos, outras pareciam italianas. Enfim, um pequeno Brasil em
cada sala.

Todas estavam ali por mérito! O concurso para entrar no Instituto de
Educação era famoso pelo rigor e pelo alto nível de exigências. Na
verdade, era um concurso para a carreira de magistério do primeiro
grau, com nomeação garantida ao fim dos sete anos.

Nunca, jamais, em qualquer tempo, alguma delas teve esse direito,
conseguido por mérito, contestado por conta da cor de sua pele! Essa
estapafúrdia discriminação nunca passou pela cabeça de nenhum
político, nem mesmo quando o País viveu os difíceis tempos do governo
autoritário.

Estes dias compareci aos festejos de uma de minhas turmas, numa linda
missa na antiga Sé, já completamente restaurada e deslumbrante. Eram
os 50 anos da formatura delas! Lá estavam as minhas normalistas,
agora alegres senhoras, muitas vovós, algumas aposentadas, outras
ainda não. Lá estavam elas, muito felizes. Lindas mulatas de olhos
verdes. Brancas de cabelos pintados de louro.

Negras elegantérrimas, esguias e belas. Judias com aquele ruivo
típico. E as nortistas, com seu jeito de índias. Na minha opinião, as
mais bem conservadas. Lá pelas tantas, a conversa recaiu sobre essa
escandalosa mania de cotas raciais. Todas contra! Como experimentadas
professoras, fizeram a análise certa. Estabelecer igualdade com base
na cor da pele? A raiz do problema é bem outra. Onde é que já se viu
isso? Se melhorassem de fato as condições de trabalho do ensino de
primeiro e segundo graus na rede pública, ninguém estaria pleiteando
esse absurdo.

Uma das minhas alunas hoje é titular na Uerj. Outra é desembargadora.
Várias são ainda diretoras de escola. Duas promotoras. As cores,
muitas. As brancas não parecem arianas. Nem se pode dizer que todas
as mulatas são negras. Afinal, o Brasil é assim. A nossa mestiçagem
aconteceu. O País não tem dialetos, falamos todos a mesma língua. Não
há repressão religiosa. A Constituição determina que todos são iguais
perante a lei, sem distinção de nenhuma natureza! Portanto, é
inconstitucional querer separar brasileiros pela cor da pele. Isso é
racismo! E racismo é crime inafiançável e imprescritível. Perguntei:
qual é o problema, então? É simples, mas é difícil.

A população pobre do País não está tendo governos capazes de diminuir
a distância econômica entre ela e os mais ricos. Com isso se instala
a desigualdade na hora da largada. Os mais ricos estudam em colégios
particulares caros. Fazem cursinhos caros. Passam nos vestibulares
para as universidades públicas e estudam de graça, isto é, à custa
dos impostos pagos pelos brasileiros, ricos e pobres. Os mais pobres
estudam em escolas públicas, sempre tratadas como investimentos
secundários, mal instaladas, mal equipadas, malcuidadas, com
magistério mal pago e sem estímulos.

Quem viveu no governo Carlos Lacerda se lembra ainda de como o
magistério público do ensino básico era bem considerado, respeitado e
remunerado. Hoje, com a cidade do Rio de Janeiro devastada após a
administração de Leonel Brizola, com suas favelas e seus moradores
entregues ao tráfico e à corrupção, e com a visão equivocada de que
um sistema de ensino depende de prédios e de arquitetos, nunca a
educação dos mais pobres caiu a um nível tão baixo.

Achar que os únicos prejudicados por esta visão populista do processo
educativo são os negros é uma farsa. Não é verdade. Todos os pobres
são prejudicados: os brancos pobres, os negros pobres, os mulatos
pobres, os judeus pobres, os índios pobres!

Quem quiser sanar esta injustiça deve pensar na população pobre do
País, não na cor da pele dos alunos. Tratem de investir de verdade no
ensino público básico. Melhorar o nível do magistério. Retornar aos
cursos normais. Acabar com essa história de exigir diploma de curso
de Pedagogia para ensinar no primeiro grau. Pagar de forma justa aos
professores, de acordo com o grau de dificuldades reais que eles têm
de enfrentar para dar as suas aulas. Nada pode ser sovieticamente
uniformizado. Não dá.

Para aflição nossa, o projeto que o Senado vai discutir é um
barbaridade do ponto de vista constitucional, além de errar o alvo.
Se desejam que os alunos pobres, de todos os matizes, disputem em
condições de igualdade com os ricos, melhorem a qualidade do ensino
público. Economizem os gastos em propaganda. Cortem as mordomias
federais, as estaduais e as municipais. Impeçam a corrupção. Invistam
nos professores e nas escolas públicas de ensino básico.

O exemplo do esporte está aí: já viram algum jovem atleta, corredor,
negro ou não, bem alimentado, bem treinado e bem qualificado,
precisar que lhe dêem distâncias menores e coloquem a fita de chegada
mais perto? É claro que não. É na largada que se consagra a
igualdade. Os pobres precisam de igualdade de condições na largada.
Foi isso o que as minhas normalistas me disseram na festa dos seus 50
anos de magistério! Com elas foi assim.

Sandra Cavalcanti, professora, jornalista, foi deputada federal
constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo Carlos
Lacerda, fundou e presidiu o BNH no governo Castelo Branco.

E-mail: sandra_c@ig. com.br
-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.--.-.-.-.-

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domingo, 15 de fevereiro de 2009

SEMENTES de POESIA-020209-aniversário ( I )














(Créditos destas fotos:Gabriel Pessoa e Karina Campos)

Ao encerramento do aniversário de terceiro ano do mUNAP, os participantes, em 08/02/2009,cantam parabéns e confraternizam.


Faixa, presentes, varal

Homenageio D.helder Câmara (centenário) dizendo um de seus poemas -e por extensão, aos pernambucanos presentes:Eliane Veloso (poeta, fotógrafa)e Severino Iabá(poeta, org.do Boi Rosado, cantos, artista plástico).

A poeta Karina Campos lê poemas de Neuza Ladeira (in "Quarto de Dormir, Quarto de Pensar"?edit.Urbana, RJ)

Poeta Neuza Ladeira (autora de Opúsculos, Quarto de Dormir, Quarto de Pensar)e participante.

Fotos da edição de Aniversário do Sementes de Poesia-MUNAP, direção de Regina Mello.

Gabriel Pessoa explica sobre a bolsa ecológica do Semear saúde, para evitrar as de plástico.(Créditos destas fotos:Gabriel Pessoa e karina Campos)

Poetas e amantes da poesia,presentes e recebendo livros, impressos, poemas...

Parte dos participantes.

Disponho livros, jornais, poemas para serem entregues aos presentes e fazerem parte do varald e Poesia(**)

Regina Mello recebe o certificado de Amiga da Paz , das Artes, da Poesia e da Vida, outorgada por Clevane Pessoa, Embaixadora Universal da Paz(*)

Regina Mello, com bolsa ecológica do Semear Saúde, com a quel a presenteei.

Regina Mello, do Centro da Praça dos Fundadores, comanda o show de terceiro aniversário.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

EDU PAMPINI-A Música que vem de Minas



Edu pampini, que tem um olhar sobre discos de vinil e colecionadores, também divulga "A Música Que vem de Minas":

"Tem mais 10 lançamentos no site.

Com mais de 860 títulos de CDs somente de músicos mineiros independentes, viramos referência quando se trata do assunto."

Confira

www.amusicaquevemdeminas.com.br

Aquele abraço

Edu Pampani

(31) 3036-2919

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Quarta edição dos Seminários Internacionais do Museu Vale



Omagem:Orpheu(Atenas)

Recebo, através do Coro Coletivo e repasso para os interessados e para seu conhecimento:




Criação & Crítica

Quarta edição dos Seminários Internacionais do Museu Vale

acontece em março com a participação de artistas, críticos, filósofos e historiadores. As inscrições serão abertas em 15 de fevereiro





Pensar o processo de criação artística é o objetivo da quarta edição dos Seminários Internacionais Museu Vale, que será realizada de 11 a 15 de março, com a participação de 16 palestrantes nacionais e internacionais, abrindo as atividades do museu em 2009. Criação & Crítica propõe uma reflexão sobre a arte tanto na perspectiva de quem a produz, quanto na de quem a interpreta, através da realização de um grande fórum de discussões entre artistas e críticos ao longo de cinco dias no Museu Vale, em Vila Velha - ES. Na abertura, será lançado o livro Criação & Crítica, com textos de todos os palestrantes. As inscrições serão abertas no dia 15 de fevereiro, e deverão ser feitas exclusivamente através do site www.seminariosmv.org.br.



A coordenação de Criação & Crítica está a cargo do filósofo Dr. Fernando Pessoa, Professor de Filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo, e Glória Ferreira, Crítica de arte e curadora independente. Segundo Fernando Pessoa, organizador do evento desde a primeira edição, a proposta dos Seminários é refletir a relação existente entre arte e pensamento. "Não há mais fronteiras entre a arte e a filosofia, uma vez que a arte contemporânea se torna cada vez mais reflexiva do seu próprio papel." Ele destaca ainda a importância dessa iniciativa no país: "Ao reunir filósofos, críticos, artistas e historiadores, os Seminários Museu Vale democratizam o saber para além de cada uma das áreas, propiciando trocas muito ricas de conhecimento universal. Pelo sucesso que o evento vem registrando a cada ano, com um número cada vez maior de interessados de todo o Brasil, percebe-se que existe uma demanda crescente de gente interessada em refletir o nosso tempo".



Palestrantes



Três palestrantes internacionais participarão das discussões: Thierry De Duve (Crítico de arte - historiador, filósofo da arte, professor da Universidade de Lille 3), Jean-Claude Lebensztejn (Crítico de arte - professor emérito de história da arte da Universidade Paris), e Jacinto Lagueira (Crítico de arte - professor de Estética na Universidade de Paris 1 Panthéon-Sorbonne).



Entre os conferencistas brasileiros há artistas, críticos de arte, dirigentes de instituições culturais e curadores independentes, muitos dos quais também professores de universidades do Rio de Janeiro e São Paulo. São eles: Mônica Zielinsky, (Diretora do Museu Iberê Camargo), Waltércio Caldas (artista plástico), José Damasceno (artista plástico), Rodrigo Braga (artista plástico), Clarissa Diniz (artista plástica), Ana Maria Machado (escritora), Eduardo Coutinho (crítico literário), Marilá Dardot (artista plástica), Luisa Duarte (crítica de arte), Nelson Félix (artista plástico), Glória Ferreira (crítica de artes e curadora) e Ricardo Basbaum (artista plástico).



Os Seminários Internacionais Museu Vale tiveram início em 2006. Na primeira edição, o tema foi "Arte no Pensamento", que tratou da importância da arte nas filosofias antiga, moderna e contemporânea. O ano seguinte, com o tema "Sentidos na/da arte", o questionamento teve como foco os sentidos tanto na arte contemporânea, a sua elaboração teórica, quanto da arte contemporânea, a reflexão de sua prática concreta. Em 2008, a discussão partiu da questão formulada pelo poeta Friedrich Hölderlin, em sua elegia Pão e Vinho: "... e para que poetas em tempo indigente?". Sempre com as 450 vagas disponibilizadas ao público totalmente preenchidas em poucas horas de inscrição. O público participante tem sido predominantemente de estudantes e professores do ensino fundamental ao universitário, com destaque para os formados em artes, arquitetura, filosofia, história, letras e comunicação, além de dirigentes e funcionários de instituições culturais.



O encontro faz parte do calendário oficial dos eventos culturais realizados anualmente no país, sendo reconhecido como um dos mais importantes palcos de reflexão sobre o papel da arte no século XXI. Direcionados ao público de diferentes faixas etárias, níveis socioeconômicos, formações e experiências, promovem conhecimentos artísticos e filosóficos, possibilitando a compreensão do trabalho de artistas e pensadores. A intenção é pensar a arte como uma produção indispensável à existência, como um processo por meio do qual os homens interrogam as discrepâncias sociais e procuram descobrir possíveis caminhos que conduzam a uma superação das questões que assombram o mundo atual.





Museu Vale

O Museu Vale tem como objetivo proporcionar à população um espaço de excelência em arte contemporânea, incentivar os jovens a usar a criatividade na busca do conhecimento e preservar a memória da centenária Estrada de Ferro Vitória a Minas - EFMV. Inaugurado em 15 de outubro de 1998, já recebeu mais de 700 mil visitantes, dos quais, cerca de 230 mil estudantes. Sediou 30 importantes exposições, entre as quais se destacam: "Babel", de Cildo Meireles, realizada pelo Museu Vale na Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo, premiada com o Troféu da Associação Paulista de Críticos de Arte como a melhor exposição de 2006.



Uma das iniciativas mais notáveis do Museu Vale é seu Programa Educativo, que, entre outras ações, capacita jovens aprendizes em ofícios relativos à montagem e desmontagem das exposições. Em cada mostra, um grupo de jovens de comunidades vizinhas ao Museu participa da montagem e desmontagem, em conjunto com as equipes de profissionais especializados em áreas como iluminação, marcenaria, serralheria, pintura, comunicação visual e cenografia. Entre os principais objetivos do programa estão: oferecer conhecimentos teóricos e práticos sobre montagem e desmontagem de exposições de arte; formar novos profissionais, capacitando-os para este mercado de trabalho específico; e despertar o interesse dos jovens para atividades ligadas a museus, galerias e centros de arte, de modo muito especial no que diz respeito à preservação, atuação, responsabilidade e desenvolvimento das instituições museológicas.



Através de suas ações educativas de caráter interdisciplinar, a instituição busca uma interação que propicia novas percepções e posições diante das obras e do mundo. Para cada uma das exposições temporárias do Museu Vale há uma abordagem educativa específica, a partir das obras e conceitos em questão, envolvendo pesquisa, leitura, elaboração de materiais de estudo e treinamento de equipes. Esse trabalho, mediador entre as obras expostas e o espectador, facilita o diálogo, a compreensão e a formação do público. O Museu Vale promove ainda workshops sobre as exposições de arte contemporânea para universitários, que posteriormente ministram oficinas para professores e estudantes da rede de ensino da Grande Vitória.



Programa de Criação & Crítica



11 de março, Quarta-feira



Abertura


19 às 21


Mônica Zielinsky







Lançamento do livro: Criação & Crítica



12 de março, Quinta-feira



Mesa 1


15 às 18


José Damasceno e Tânia Rivera

Mesa 2


19 às 22


Jean-Claude Lebensztejn



13 de março, Sexta-feira



Mesa 3


15 às 18


Rodrigo Braga e Clarissa Diniz

Mesa 4


19 às 22


Ana Maria Machado e Eduardo Coutinho



14 de março, Sábado



Mesa 5


11 às 14


Marilá Dardot e Luisa Duarte

Mesa 6


15 às 18


Nelson Félix e Glória Ferreira



15 de março, Domingo



Mesa 7


11 às 14


Ricardo Basbaum e Waltércio Caldas

Encerramento


15 às 18


Jacinto Lagueira e Thierry De Duve





Museu Vale

Antiga Estação Pedro Nolasco s/n - Argolas

Vila Velha - ES - Brasil - 29114-920

www.museuvale.com

www.seminariosmv.org.br

Tel.: 55 27 3333-2484


Assessoria de Imprensa: Meio e Imagem

Tels: (21) 2533.4748 - 2533.6497

E-mail: meioeimagem@terra.com.br

Contatos: Ana Ligia Petrone e Flavia Motta







--
www.myspace.com/camillarocha

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sábado, 7 de fevereiro de 2009

Andreia Donadon faz registro da viagem à Espanha-onde recebe prêmio da ACRVRA-primeiro lugar pela tela Revolta da Mata




Andréia Donadon(a artista Deia leal), sempre me falou de seu amor pela Espanha, da vontade de conhec~e-la.Seu também amigo, o chanceler do inBrasCi na olha da madeira, Edison Almeida, disse-me uma vez que ela um dia , iria lá.Comno sou psicpologa, sei que as coisas acontecem quando primeiro as imaginamos:a energia do pensamento, auxilia a realização dios desejos, donde a importâmcia de se pensar o belo, o bom , o positivo.

Em dezembro, Deia Leal recebeu o primeiro prêmio da fundação Cultural Valentim Ruiz aznar, não sem antes ter logrado omhoinroso terceiro lugar com "Outono em Chamas", anteriormente, ter feito um sobre-esforço e realizado, com a Aldrava Letras e Artes, uma Primeira Mostra de Arte Internacional , em Mariana,onde reside o casal Donadon, ele, brilhante Doutor em Análise do Discurso,Poeta e músico, ensaista, palestrista... que recebeu artistas de muitos países, da Bulgária ao Brasil.

De sua arte, diz a bela auitra e artista:

"Minha obra não é abstrata, nem impressionista; é aldravista."

"Minha pintura esboça idéias na negação do traço"

Visitem sua mostra :www.aldrava.conm.br


"Espanha, Granada , 05 fevereiro de 2009

Boa tarde, amigos (as)

Chegamos em Granada, muito bem, apesar do frio e um pouco de chuva. O trajeto de Madrid atè Granada de aviao foi um pouco tenso, por causa do forte vento e turbulência. Estamos bem.

Ontem fomos muito bem recebidos pelos granadinos, compositor sinfônico: Antonio Gualda e Secretàrio de Cultura, que estavam nos esperando no hotel. Fizemos um passeio noturno pelas principais ruas da cidade. Passamos por vários monumentos dos séculos XVI e XVII, belíssimas construçoes, preservadas, ricas e de uma limpeza fabulosa. Conhecemos alguns bares, ou melhor, cafeterias e igrejas. Degustamos o famoso jamón serrano, presunto frio, um dos pratos mais famosos da regiao. Podemos falar que os espanhóis (granadinos) apresentam uma estrutura espetacular em relaçao a rede de hotelaria, sem contar, é claro, com o turismo.

Domingo vamos a Ahlambra, o maior conjunto tombado do mundo, patrimônio da humanidade. Hoje a programaçao cultural será em Maracena, na abertura oficial da Exposiçao Internacional de Artes Plásticas "Compositor Antonio Gualda". A Secretaria de Cultura é a principal organizadora do evento internacional. Temos a presença de alguns artistas do exterior. Ontem conhecemos uma do Mèxico, que està hospedada no mesmo hotel. A cidade apóia e incentiva as produçoes artísticas e culturais dos cidadaos. Nao somente na Espanha, mas os artistas que foram enviados pelas autoridades competentes de seus países. México, Espanha, Estados Unidos e claro, Brasil.

Agradeço aos patrocinadores: Ministério da Cultura, Governo do Estado de Minas Gerais (Secretaria de Açao Cultural) e Prefeitura de Mariana, além dos apoios institucionais da Jornal Aldrava Cultural (um dos principais incentivadores dos meus processos criativos) InBrasCI = Minas Gerais e Academia de Letras do Brasil. Recebi livros da cidade de Granada, com descriçao de todos os pontos turísticos, cartazes, etc.

Senti falta de alguns folderes da cidade de Mariana para deixar na Secretaria de Cultura de Maracena e Granada. Solicitei o material as autoridades competentes, mas infelizmente nao enviaram. Os outros paises trouxeram um material riquíssimo de suas cidades. Bem... mas trouxemos uma das principais produçoes literárias da regiao: Jornal Aldrava Cultural, livros dos poetas aldravistas, haicais em cartoes; *foram doados pelo Instituto de Ciências Humanas e Sociais - UFOP , dois livros sobre a História da Câmara Municipal de Mariana para a Secretaria de Cultura de Maracena e Câmara Municipal de Granada e Maracena, além dos vídeos poemas aldravistas de Gabriel Bicalho, J.S.Ferreira, J.B. Donadon-Leal, Andreia Donadon Leal, Hebe Rôla; vídeo contendo fotos e todos os relatos de experiências (será exibido nas conferências dos dias 10 e 12 de fevereiro = data show) das escolas e centros culturais que trabalhamos nos ùltimos anos e parcerias:

Escola Estadual Dom Benevides, Escola Estadual Dona Reparata, Escola de Ensino Fundamental e Mèdio Dom Viçoso, Prisma;

Secretaria de Cultura de Santa Bàrbara (parceria cultural / Membro do InBrasCI, Tiao Crispim),

Clube dos Escritores de Ipatinga (Marilia Siqueira e Nena de Castro e Secretaria de Educaçao da cidade de Ipatinga);

PNLL, Escola Viva de Sao Paulo, (fotos da exposiçao internacional realizada em 2007 na Casa Museu Alphonsus de Guimaraens);

InBrasCI Rio de Janeiro, Embaixadora Universal da Paz em Belo Horizonte, Clevane Pessoa, Embaixada Universal da Paz = Genebra - Suìça,

AVSPE (Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores),

Academia de Letras Rio - Cidade Maravilhosa;

Academia Maceioense de Letras,

Academia Infanto-juvenil de Letras de Mariana

Academia Cachoeirense de Letras;

Fundaçao Cultural CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE;

Pinacoteca da UFV;

Oficina de Leitores em Braille - Brasília (Coordenadora : Dinorá Cançado;

UFO;

Centro Cultural Sao Gonçalo; Débora Novaes de Castro Recital Lítero-Musical e Antologias;

Fundaçao Cultural de Paranava;

Chancelaria do InBrasCI - Ilha da Madeira (Èdison Pereira de Almeida);

Movimento Poetas del Mundo;

Equipe Artur da Távola;

Areté Educar;

Portal Mhàrio Lincoln do Brasil;

Portal Antonio Miranda (BSB);

Blocos OnLine

e ALPAS.

Muito obrigada.

P.S: alguns acentos nao encontrei no computador daqui..
Oportunamente enviarei fotos. * errata.


Fraternalmente,





Andréia Aparecida Silva Donadon Leal - Déia Leal
Diretora do Jornal Aldrava Cultural
Governadora do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais-MG
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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Urda, em urdidura de Raul Longo



(Foto enviada pela autora, a meu pedido, há tempos, para Itaquatiara)


Urda Alice Klueger , envia-me uma crônica espetacular, muitíssimo bem escrita pelo Raul Longo.Esse retrato, do qual nada adianto para não quebrar a deliciosa descobertas das muitas fases de Urda Klueger, tem estilo, prosa poética, psicologia e arte.
De Urda, já li tudo que manda e reconheci-a em cada facies que ele aponta.também eu a vislumbrei, com o cão, depois da primeira fase das enchentes em Santa Catarina.Repassei o belíssimo e tangente relato para meus mailings...O blog de Luiz Lírio, por exemplo, a quem habituei com a leitura dessa mulher de éter e fogo, céu e mar, sal e mel, guerreira com atavismos milenares,também já publicou vários textos dela.Mulher que ladra ,uiva, rosna ou mia sempre de forma convincente.
Em meu blog Iataquatiara(http://itaquatiara.blogspot.com),dedicado às causas indígenas, vocês a encontrarão, em outro Paíes, a conversar com indígena, toda prosa.
Noutro lugar, ela fala do prícipe herdeiro da terra, indígena, um senhor descoberto pelo sobrenome,que ia ao Banco...e por aí vai.
Raul Longo, perdoe-me por nem pedir licença para publicar aqui sua crônica:na esteira do entusiasmo,quero mais é compartilhar :urge mostrar a Urda urdida por Raul Longo, de seus próprios fios longuíssimos.A trama, no tear, mostra desenhos perfeitos...

Clevane Pessoa de Araújo Lopes


A URDA DA CRÔNICA.

Raul Longo



Não sei como nem por quais caminhos, um dia me invade a caixa de correio um subject interessante: Crônica da Urda!

Aquilo me intrigou: o que seria URDA? A sigla de algum novo grupo revolucionário das selvas latino-americanas? Uma nova seita muçulmana? Imaginei até a possibilidade de uma União de Reestruturação e Desenvolvimento da África.

Lembrava-me de uma fina banda Finlandesa: URGA ou algo assim que não conseguirei localizar agora entre a CDeteca. Algum neo-barbarismo escandinavo a romper as fronteiras internéticas, impondo-se à ordem aparente da civilização informatizada?

Quase inteiros, me vieram uns versos de antigo poema do Vinícius de Moraes. Nada a ver! Aquele era dos Cavaleiros Urias, e já não lembro se dos Montes Urais ou os uriates da itálica Úria.Desisti das cogitações e fui lendo a tal crônica. Não vou lembrar agora o tema, mas me encantou o jeito de contar, contando-se.

Depois daquela, as Crônicas da Urda foram chegando regularmente e, ao longo do tempo, fui descobrindo que havia ali uma urdidura maior, correspondendo-se a todas minhas desconfianças: Urda é do México, de Cuba, da Nicarágua, Venezuela, Colômbia e Bolívia. É da Argentina e do Uruguai. Mas também é da Palestina, do Irã, do Iraque. E, sem dúvida, é das savanas africanas.

E o mais interessante foi que nas Crônicas da Urda descobri uma mulher de todos os lugares e das mais diversas formas. Meio que mito metamórfico.

Numa crônica é uma mulher de faca nos dentes e botes certeiros pela língua ferina, arrostando poderes em frases duras de quem desafia sem se assustar com o tamanho dos covardes. O que, agora que sei do seu viver, é o que me assusta, pois embora se deduza que ninguém seria idiota de se expor ao risco de arriscar algo contra alguém tão querida e conhecida por tanta gente e por todo o mundo, há sempre de se prevenir com aqueles tantos que, além de covardes, são burros.

Mas a Urda nunca será de se negar a luta e ri de meus receios. Até porque se numa crônica ela é guerra e desafio, na outra já é carinho, saudade e memória, para na próxima ser ironia e esculacho. Mas até esculachar ela faz de tal jeito que o esculachado ficará em situação ainda mais difícil ao reagir ou ficar com raiva. Pra não piorar, melhor mesmo é pedir desculpas e enfiar a viola no saco.

No carinho e na memória, é que mais gosto da Urda, embora tanto admire a guerreira e a Pomba-gira. Refiz com ela o caminhar lento entre os tantos ornamentos e vegetais da sala, varanda e soleiras do Rio Vermelho, pra explodir de riso na lembrança daquelas molas a reproduzir o coito canino que o próprio Jorge Amado menoscabou na história do “Capitão Vasco Moscoso de Aragão – Comandante de Fragata”. Traquinas, fazia questão de acionar o brinquedo para atiçar a imaginação das visitas e encabular Zélia em seu comedimento paulista. Pois Urda conta como se abusou nos abusos do saudoso baiano.

Urda me levou pra Bolívia, me fez orar à Pachamama. Me meteu em guerras cruentas, me levou a passear pelas ruas e conversar com os cidadãos comuns como nós: eu e ela. E me fez ser malcriado com pequenos burgueses, prepotentes, idiotizados pelos próprios umbigos.

Provavelmente por ser capaz de tudo isso sem ter de ficar reafirmando intelectualismos ridículos ou agitando carteirinhas ideológicas, ela conquistou minha coragem de lhe enviar coisas de minha autoria: crônicas, ou textos, ou artigos... O que sejam!

Sejam o que forem, agradaram, pois Urda se tornou dessas tantas boas amizades pela internet. Mais que isso, quando me dei conta, estava eu também espalhado lá pelos mundos da Urda, em textos que por sua iniciativa se distribuíram da Patagônia à Chiapas, do Cabo Verde à Moçambique.

Mas de que mundo seria o mundo da Urda? - me perguntava. Brasileira, sem dúvida. Talvez, como tantos outros amigos, caros, mas igualmente desconhecidos, lá do Ceará ou das Alagoas. Quem sabe, do Maranhão? Os de Goiás, Pernambuco e Brasília. Até Rondônia! Tantos no Rio de Janeiro e São Paulo. Salvador ou Camaçari. Poderia ser, ao menos, um pouco mais próxima como os do Rio Grande do Sul. Ainda mais, como os de logo ali, do Paraná.

Conversa vai, conversa vem, descubro a Urda aqui ao meu lado: em Blumenau. Então tirei a dimensão de meu isolamento e ostracismo, pois Santa Catarina inteira conhece e admira a Urda há muito tempo (exceção, é claro, daqueles a quem sua franqueza incomoda) e só eu, taciturno casmurro e sorumbático, é que desconhecia a Urda!

De aí mais algum tempo veio a Urda lançar um seu livro e, não lembro o que, me impossibilitou o comparecimento ao convite. Outra oportunidade foi nos encontros bolivarianos que também não pude acompanhar por, na época, estar estudando. Na mesma UFSC onde ocorriam os encontros, mas com aulas no mesmo horário. Recordo que um dia prometi chegar mais cedo para ao menos meia hora de papo e, enfim, conhecer a amiga que nessas alturas já me divertia em suas confissões pessoais, revelando-se um misto de Rita Lee e Violeta Parra, Mafalda e Rebordosa. Entusiasta de uma revolução com tesão, e vice-versa.

Muito bom! Mas por qualquer contratempo o encontro novamente não se deu.

Depois veio a tragédia de Blumenau, Itajaí e toda aquela região. Alguns dias sem contato e eu alarmado com o derruir daquilo tudo, já procurando Urda e Atahualpa (seu adorado companheiro canino) entre os destroços das notícias, até que ela consegue emitir sinais de sobrevivência, abrigada no depósito de sua editora.

Ufa! Mas de qualquer forma a preocupação: o que fariam naquela Pompéia, uma mulher e um cachorro desabrigados?

Crônicas, claro! E Urda se pôs a contar ao mundo a mesquinhez e os preconceitos intactos de uma estúpida classe média soterrada, mas ainda assim pedante. No entanto, sem nunca perder a sensibilidade, reportava também seus diálogos com os andarilhos, os que vagavam em busca dos bandos excluídos para chorar seus mortos e celebrar a sobrevivência. Em meio das perdas e tristezas de amigos e familiares atingidos, sem noção de qual rumo dar à própria vida, mais uma tragédia irrompe do outro lado do mundo e na germânica Blumenau uma solitária e insólita palestina caucasóide, envolta na bandeira do país ocupado e com a cabeça coberta pela hata (o turbante de losangos que na paz é branco e na guerra vermelho), faz questão de que se registre e se distribua sua foto ao mundo, comprovando em si a resistência contra o massacre na interiorana Blumenau.

Na sexta-feira passada vou atender a campainha e uma típica colona alemã, em inconfundível sotaque pergunta se sou quem me chamam. Confirmo e ela informa vir de uma dessas pequenas cidades da serra catarinense, em busca de hospedagem para 120 crianças. Explico não ter como acomodar nem a quinta parte disso, mas a mulher, num vestido rosa florido, choraminga em seu dizer socado, insistindo em ter de ser em minha pousada porque lhe fora indicado. Eu já impaciente com a teimosia da luterana quando, num sorriso e voz doce, se revela: “- Ô Raul! Não tá me reconhecendo? Eu sou a Urda.”

Sim! Era a Urda.Viera para a solenidade de formatura de um seu ex-aluno e, aproveitando a proximidade do Sambaqui, dera uma escapada e ali estava: dizendo-se ser a Urda Klueger de verdade! Mas como que eu poderia ter reconhecido a cocalera aimará, renhida defensora de Evo Morales, naquela versão de colona? Quando imaginaria que a anarquista espanhola tivesse uma voz tão calma e tranqüila? Naquela pele clara, não haveria como reconhecer a queniana que briga pelos direitos de suas irmãs! E nos olhos, nos cabelos claros, onde a guerrilheira palestina que me escrevia pedindo para transmitir recados aos companheiros do comitê de Florianópolis?

Entrou já anunciando sua urgência de retorno pela briga contra os desmandos de um prefeito e governo insensíveis e irredutíveis na pretensão de despejar os desabrigados sem lhes dar qualquer solução de moradia, apesar dos tantos bilhões das verbas federais e doações internacionais. Apenas sacudiu um pouco da poeira de sua difícil estrada, fazendo vontade de conversa mais delongada, e já se ia, me deixando uma bruta dúvida: seria mesmo a Urda?

Acompanhei-a até o carro, estacionado sob a árvore da praça em frente de minha casa. No vidro traseiro, duas frases. A de cima: "Se és capaz de indignar-te diante de qualquer injustiça, estejas onde estiveres, então somos companheiros." do Ernesto Che Guevara. Em baixo, uma do Lindolf Bell, o grande poeta de Blumenau: "Menor que meu sonho não posso ser."

Reconheci logo. Sem dúvida alguma se tratava da autêntica Urda das Crônicas.


Raul Longo
pousopoesia@ig.com.br
pousopoesia@gmail.com
www.sambaqui.com.br/pousodapoesia
Ponta do Sambaqui, 2886
88.051-001 - Floripa/SC
Tel: (48) 3206-0047

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Vasos-Neuza Ladeira


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Vasos-Neuza Ladeira


Neuza Maria, de no,e literário Neuza ladeira, é autora de Opúsculos, Quarto de Dormir, Quarto de Pensar e Os Comedores de Sonho, no prelo.
Aquarelista, é uma pessoa que persegue a expressão das formas, das cores, das palavras.
E o resultado é belo, pois ela associa seus que fazeres e talentos .

Acabo de receber o poemeto abaixo:



OS VASOS


Vazio limpo puro silencioso o vaso de barro
Lírico sonhador delirante o vaso de madeira
Cheio sujo ignorante barulhento o vaso do capital
A beleza do vaso de cerâmica lotado de vaidade
Querendo dar sentido ao perfume sentido no vaso de vidro
Oleoso pegajoso os vasos febris
Oriente ocidente no vaso de porcelana
Cheios de opostos emocionados nós no vaso de carne.

Neuza Ladeira

Divulgação:
Clevane Pessoa de Araújo lopes
Diretora Regional do InBrasCi-belo Horizonte,MG , Brasil

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